5 fatos curiosos sobre Amsterdam

Existem dois tipos de leitores para um texto sobre Amsterdam: aqueles que vão ler o nome do lugar e pensar – Holanda, país das tulipas! E aqueles que vão pensar – Amsterdam, país da maconha liberada!

Para os dois tipos de leitores temos informações aqui, mas desta vez vou falar sobre algumas coisas que não te contam sobre Amsterdam:

1. A maconha não é legalizada na Holanda

Ao contrário do que muitos pensam e dizem, o uso de drogas na Holanda não foi descriminalizado. O que existe é uma política de tolerância que considera a planta uma droga leve. Portanto, se um sujeito for pego consumindo ou portando pequena quantidade, bem como plantando em casa, seu caso será reportado à polícia e arquivado.

Nesse caso, os famosos coffeshops de Amsterdam vendem pequenas quantidades da droga, porém isso não chega a ser legalizado. Parece ser uma política de boa vizinhança. Em função disso, não há venda de bebidas alcoólicas nesses lugares. Em determinadas partes da cidade, você até encontra pessoas fumando na rua, mas em geral usuários consomem apenas dentro dos estabelecimentos, uma vez que na rua podem ser abordados pela polícia.

O lado ruim dessa fama é que a cidade acaba ficando conhecida pelo clichê da maconha liberada e poucas pessoas ficam sabendo do tanto de cultura e arte tem para viver por lá. Então, se você gosta de arte, passeios ao ar livre, queijos e flores, não deixe de ir para a Holanda, pensando que lá é um lugar apenas de jovens (e nem tão jovens) em busca de drogas liberadas.

2. O Jardim das Tulipas não é aberto o ano todo

Meu sonho sempre foi conhecer o jardim das tulipas na Holanda. Provável que você já tenha visto em alguma foto um daqueles moinhos de vento e um tapete de tulipas embaixo. Em Amsterdam tem toda sorte de lembrancinhas com essa imagem, mas infelizmente o jardim não abre o ano todo. Estive na cidade duas vezes (setembro e dezembro - 2017) e não pude ver o tão sonhado jardim. Eles abrem por temporadas que costumam se estender de março a maio que é o período de primavera e início de verão. Se você for viajar nesta época, poderá, assim que chegar, consultar um centro turístico que venda o tour e ingressos ou pode até mesmo comprar seu ticket antes pela internet.

Uma dica legal sobre Amsterdam é que a cidade se transforma conforme a estação do ano. Quando fui pela primeira vez era setembro e ainda fazia uma temperatura amena de início de outono. As pessoas estavam sentadas na beira dos canais conversando e dando comida para os patos (cena de filme!). Muita gente na rua interagindo, andando de bicicleta, andando de barco ao ar livre. Depois, quando fui em dezembro, era véspera de ano novo e chegamos a pegar neve na cidade. Em frente ao “I Am-sterdam” já tinha uma pista de gelo para as pessoas patinarem. Muito lindo também, mas para quem gosta desse clima de caminhar na rua, talvez prefira ir em outra estação do ano. Com todo aquele frio, nossa meta era pular de café em café para poder esquentar.

3. Os melhores museus e experiências de arte estão lá

Quando fui para Ams pela primeira vez, não fiz muitas pesquisas e me baseei mais pelos clichês da cidade, deixando para descobrir na hora o que iria surgir como roteiro. Sinto que às vezes planejar demais o cronograma de viagens limita a possibilidade de surpresas legais. Quando cheguei lá, a melhor descoberta para mim foram as experiências que tive nos museus. Os melhores museus que visitei estão lá, certamente. O museu Van Gogh é imperdível. Para quem curte sua arte, não pense duas vezes antes de investir no preço do ticket. Lá, você conhece toda a história do artista, vê suas obras de perto, sente todo seu processo de criação e mergulha no universo da arte com todos os sentidos envolvidos. Ao lado, você tem também acesso ao museu MOCO com arte contemporânea de resistência, onde obras de Salvador Dali e Bansky são expostas. Na mesma área, está o museu Rijksmuseum super tradicional com obras do renomado Rembrandt, entre outros. Para quem quiser descansar o intelecto depois disso, tem também o museu da Heineken Experience onde você faz um tour acompanhado dos guias mais bem humorados e recebe, depois de entender todo o processo e história da cerveja, dois chops (eu ia dizer gelados, mas não posso, porque cerveja gelada não é o forte dos europeus).

Por fim, tem o museu mais amado pelos turistas: A casa de Anne Frank. Sem palavras para essa visita. Muita emoção, muita empatia acionada no coração dos que lá visitam. A história é contado por “audio guide” a medida que você vai subindo os degraus até o esconderijo onde a família dela ficou escondida durante a Segunda Guerra. Experiência incrível e inesquecível. Você sai de lá pensando não só em como o mundo pode ser cruel, mas também em como pode colaborar para fazer o mundo ser um pouco melhor.

4. Você não vai conseguir tirar sua foto dos sonhos no “I AM-STERDAM”.

Tópico curtinho, mas importante! Prepare seu coração, porque expectativa e realidade se cruzam quando estamos imaginando nossos fotos de viagens e quando chegamos ao local. A verdade é sempre pior: um tumulto de gente que sonhou com a mesma foto e aí tenta a todo custo tirar a foto perfeita, mas não consegue tirar do fundo as outras 1000 pessoas que estão tentando fazer a mesma coisa. Achei até meio cômica a situação, mas é a realidade. A dica que, nem sempre consigo seguir, é: preocupe-se menos com as fotos e curta a experiência de sentir o lugar ao seu redor. Vejo muitos turistas preocupados com fotos e acabam nem curtindo o momento presente. De nada adianta fotos perfeitas se as lembranças do momento são mal-humoradas, confere?

5. Andar de bicicleta lá parece mais tranquilo nas fotos

Por fim, outra dica rápida! Das duas vezes que estive lá não consegui andar de bicicleta e foi uma decepção, mas não estou aqui para desmotivar ninguém. Pelo contrário, contem-me que andaram de bicicleta e que foi diferente. Acho até que preciso voltar lá para realizar isso ainda. A questão é que nas fotos representativas da Holanda sempre tem uma bicicleta junto e Ams também é conhecida como a cidade das bicicletas. Para a melhor mobilidade urbana, as pessoas usam bicicleta e moto. Raramente, você vê um carro passando na região mais central da cidade. Então, é muita bicicleta e muita moto por todos os lados e você precisa cuidar o tempo todo para não ser atropelado. Se fechar os olhos e tentar lembrar o clima da cidade, com certeza vou ouvir o barulho delícia das buzininhas de bicicleta pedindo licença para passar. Então a dica é: se for andar de bicicleta alugada, tome cuidado, porque é um trânsito nervoso e muitos turistas se atrapalham. OU se estiver caminhando desatento pela rua, tome cuidado também para não ser atropelado. No mais, se for encarar esse passeio, realiza isso por mim e me conta como foi depois.

Até a próxima!