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Viagens

Tudo que Você Precisa Saber sobre Fernando de Noronha

Visitar e conhecer o Brasil todo é um sonho que, quase sem perceber, venho realizando, nos últimos anos. Minha terra adorada é linda demais! Há uns dois anos, fui convidada para um casamento em Fernando de Noronha, de uma amiga de infância e, quando fui ver, o tempo passou e o dia chegou: eu estava desembarcando em Pernambuco, no dia 28 de setembro, para celebrar o amor.

Vale dizer que a viagem é bem longa: pegamos o voo em Florianópolis e fomos escalando. São Paulo, Recife e, finalmente, Fernando de Noronha. Sente do lado direito do avião, para a chegada, viu? A gente perdeu de assistir a aproximação na ilha das águas turquesas com as boas vindas dos morros dos dois irmãos – mas temos o registro de um amigo.

Quando fizer o check-in pela companhia aérea, escolha os assentos do lado direito da aeronave.

Vale dizer que muita gente considera a viagem cara, comparando-a com uma internacional – e, inclusive, deixando de programar uma dessas porque o preço para ir à Miami é similar. Isso é questão de gosto, não há discussão. Prioridades.

As passagens são, realmente, mais caras – mas você tem que ter em mente o tamanho do nosso País. É longe, mesmo. Estávamos programando a viagem há uns 2 anos e ficamos de olho nos preços, e sempre aparece alguma promoção. Fique ligado, também, nos sites de milhas. É possível comprar passagem com milhas de pessoas que, por sua vez, vendem para o site. Sai mais em conta.

Algo que encarece a viagem são as famosas e odiadas taxas. Primeira dica: não odeie. É por causa delas que a ilha é tão linda e preservada. São duas as taxas, das quais uma é obrigatória e você só sai do aeroporto se efetuar o pagamento (que também pode ser feito antes do embarque). O valor é pago por dia de permanência, por pessoa. O link para as informações e preenchimento da guia é este.

A outra não é considerada obrigatória, mas sem o pagamento da mesma você não visita algumas das praias mais lindas e famosas da ilha. Então considere pagá-la. Esta taxa exige um posterior cadastro, feito em alguns pontos da ilha, o qual gera uma carteirinha com validade por 10 dias. E é esta a carteirinha que você apresenta nas praias. O link para efetuar o cadastro prévio e emissão do boleto é este.

Pôr-do-sol rosado e a certeza de Deus ser muito brasileiro logo no primeiro dia.

Chegamos eu, minha mãe e minha irmã no final de tarde de uma sexta-feira para uma “temporada” de 4 noites. No mesmo dia em que chegamos, corremos do aeroporto para a pousada e da pousada para o Bar do Meio, na Praia do Meio, famoso para observar o pôr-do-sol. Estava uma turma bem grande de catarinenses, alguns amigos de infância e o clima, que já seria incrível pela beleza e vibe do bar, ficou ainda mais legal.

Dali, fui com uma amiga para o famoso forró no Bar do Cachorro, mas nem ficamos muito. A viagem havia sido bem cansativa. Comemos por lá mesmo e tomamos um drink, mas logo fomos dormir. Eu queria aproveitar pelo menos a manhã do outro dia de praia – uma vez que o casamento seria às 16h30min.  Importante lembrar: em Fernando de Noronha há fuso horário. Cuide para não perder os compromissos.

O dia seguinte foi de uma surpresa sem tamanho: chegamos à Praia do Cachorro, onde passei a manhã inteirinha dentro d’água. Seria impossível sair, não fosse o casamento.

Stairway to heaven: justificando meu amor por clichês.
Mar da Praia do Cachorro.

Almoçamos no Cacimba Bistrô e eu, particularmente, fiquei apaixonada pelo local e, claro, pela comida, também. Tudo muito sofisticado, mas rústico, bem brasileiro. Um clima perfeito para fechar a manhã de banhos em águas turquesas.

Altar de Iemanjá, no Cacimba Bistrô. Nossa cultura é tão rica.

Aliás, o casamento foi um espetáculo à parte. Eu nunca vi nada mais lindo na minha vida. O amor, o lugar, a energia das pessoas, o pôr-do-sol. Vai ser difícil superar. A cerimônia ocorreu na Capela de São Pedro, no alto de um morro, ao pôr-do-sol. Os noivos leram votos um para o outro. De arrepiar.

A mais linda cerimônia de casamento.
Final de tarde no casamento, com minha irmã e minha mãe.

A festa ocorreu na Pousada Zé Maria, uma das mais conhecidas na ilha e estava tudo absolutamente impecável. Lembrar dá saudade, né? Para o outro dia cedinho, minha mãe agendou um passeio de barco para observar golfinhos. Aquelas águas são a casa de uma infinidade de vida marinha e, por sorte, afinal de contas não é garantido que eles apareceriam, conseguimos observar uma infinidade deles.

Vida marinha livre. O Brasil que preserva.
Portal natural.

Deus é MUITO brasileiro e fez aquele lugar num dia de muita inspiração. O passeio de barco percorre toda a ilha e há uma parada para mergulhar na altura da praia do Sancho, que foi eleita, por três vezes, a praia mais bonita do mundo.

Mergulho com os famosos Dois Irmãos ao fundo.
Flagra no Sancho.

Não repetiria o passeio de barco novamente, acho que toma muito o tempo – ou, vai ver, só estávamos muito cansadas, mesmo. Conseguimos, sim, desfrutar de todas as belezas encontradas no caminho, mas não repetiria. De novo, prioridades.

Almoçamos no Xica da Silva, onde comi um dos ceviches mais deliciosos da vida. Dali fui, mais uma vez, para o Bar do Meio e, depois de observar mais um pôr-do-sol com as amigas, aproveitei para jantar na Pousada Zé Maria, onde muitos amigos estavam hospedados. Foi, também, uma experiência bem especial. Todas as noites há um tipo de evento para o jantar, em que, mesmo quem não está hospedado, pode frequentar, como eu.

No outro dia, também havíamos programado um passeio, desta vez por terra e, esse, sim, vale cada minuto do dia. Na verdade, é o dia todo. Ficamos quase 12h na rua. Vamos visitando todas as praias da ilha, há parada para o almoço (que não está incluído) e há alguns pontos altos, bem altos, como o mergulho de snorkel no Sueste e o pôr-do-sol no forte do Boldró.

Quem se importa com o swell? Praia do Sancho, num dos mirantes.
Primeira parte da descida para pisar nas areias do Sancho.

O mergulho pode ser feito por conta própria, mas nós pagamos para um guia, para ter acompanhamento. A vida marinha é abundante por lá e, no final do mergulho, havíamos nadado com tubarões, arraias, tartarugas e muitos peixes. Foi uma das experiências mais ricas de toda a minha vida. Estava sem câmera (é possível alugar, bom lembrar) e estas imagens vão ter que ficar na imaginação de vocês. No meu coração já estão bem guardadas. Vale cada centavo.

Considero, apesar de não ter feito assim, importante fazer esse passeio no primeiro dia, pois você terá base para ir visitar as praias que mais gostou nos dias que seguem. Baía dos Porcos, Sueste, Sancho, Leão, Cachorro, Meio, Conceição são algumas das praias que visitamos por lá e é uma mais linda e especial que a outra. Fernando de Noronha é um dos lugares mais bonitos que já vi na vida – acho que já falei, né?

O pôr-do-sol, no Boldró, com todos os amigos.

No último dia, mesmo com nosso voo sendo na hora do almoço, corri para despedir da praia do Sancho e desci, pela última vez, as escadas que dão acesso à praia. São 50m de descida, uma verdadeira aventura, em que você passa pelo meio dos paredões, separados naturalmente. Infelizmente, na época que fomos, estava rolando um swell, condições que geram boas ondas para os surfistas, mas que mexe muito na água.

Com as águas assim, mais agitadas, resolvi não mergulhar. Contudo, golfinhos passaram por lá e a contemplação, que já estava valendo a pena, ficou ainda mais especial. Foi uma linda despedida, filmada com meus olhos. Considere bem antes de decidir entre Miami ou Pernambuco. O Brasil é rico demais.

Sobre o tempo de permanência: fique mais. Acho que ficar 7 dias, considerando a longa viagem, é suficiente. Lembre, contudo, de orçar as taxas.

Meio de transporte: usamos apenas táxi e nossas pernas. Tudo lá é pertinho. Nossa pousada ficava na Vila dos Remédios, um centrinho histórico, onde estava localizado, também, o ponto de táxi. Assim, não passamos nenhuma dificuldade. Muita gente aluga buggy e acho que deve ser uma experiência bem legal. Considere os custos com a gasolina, também. Para nós, não valia a pena.

Operadora de telefone: os noivos já tinham nos avisado que a Tim seria a que melhor funcionava. Como a minha operadora era justamente esta, realmente, não passei dificuldades.

Acorde cedo, sempre, todos os dias. Na verdade, você já vai acordar cedo por causa do fuso, mas isso é ótimo. Lá o tempo vale ouro e cada minuto dormido é perdido. Aproveite o dia. Acredito que dá para fazer duas praias por dia.

Preço: em restaurantes como Cacimba Bistrô e Xica da Silva, considerei o valor bem justo e similar ao que se paga indo para Florianópolis ou São Paulo. Não é barato, mas não é nada absurdo. Acho que fomos com muito medo do que falavam. Dá para se programar bem antes de ir. Além do mais, tem mercado e você pode aproveitar e fazer lanches. Aproveitávamos o café da manhã, beliscávamos algo durante a tarde e fazíamos uma refeição importante por dia. Prioridades, lembra? O que achei caro foram as bebidas e drinks.

Infraestrutura: tanto pela infraestrutura quanto pelo item anterior, das comidas e bebidas, é importante lembrar que estamos numa ilha, afastada 545 km da capital, Recife. A água que usamos na ilha, por exemplo, vem de uma estação de tratamento de dessalinização, ou seja, é retirada do mar e dessalgada. É uma infraestrutura mais complicada. A logística para recebimento de suprimentos também é. Isso encarece, por óbvio. Durante uma madrugada, por exemplo, nossa pousada ficou desabastecida de água – mas, pela manhã, quando precisamos, efetivamente, já estava tudo regularizado.

Passeios: eu recomendo muito o Ilhatour, este que fizemos por todas as praias. Várias empresas oferecem o mesmo e vale muito a pena. Há muitos outros tipos de passeio: para mergulho, para ver golfinhos, churrasco no barco. Uma infinidade. Escolha o seu, se quiser, e divirta-se.

Pousada do seu Dodó: simples e confortável. Tudo muito novinho, com preço bem bacana. Não era luxuosa, mas a simplicidade é a melhor forma de sofisticação, concorda? Se não, saiba que tem pousadas bem luxuosas, como a Zé Maria, por exemplo, dentre outras. Para todos os bolsos.

Relembrando a viagem e pensando no futuro do nosso País, continuo rezando para que Deus, esse cara bem brasileiro, siga sendo cidadão desta terra, pois, dentre outras mil, és tu, Brasil, ó pátria amada!

Noronhe-se!