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A verdade sobre a parte que falta: conheça a continuação da história

Você sente que sempre falta alguma parte na sua vida? Será que precisamos mesmo ter uma parte faltando para continuarmos nossas buscas? O vídeo que se espalhou pela internet há uns meses atrás fala de um livro que poucos sabem que tem continuidade. Confira com a gente e descubra a segunda parte dessa história por uma nova perspectiva.

O livro “A parte que falta”, escrito no ano 1976 pelo autor Shel Silverstein, ficou famoso no Brasil neste ano por meio da divulgação do canal Jout Jout, em que a jornalista Julia Tolezano apresenta a obra enquanto reflete sobre questões de alta complexidade como a sensação de incompletude dos seres. No vídeo, Jout Jout apresenta de forma descontraída a leitura do livro que conta a história de um personagem no formato circular que tem uma parte faltando e que sai em busca dessa parte.

Caminho vai, caminho vem, o personagem encontra a parte que falta e começa a rolar pelo caminho depressa demais e não consegue mais ver as coisas boas que tem nele. A conclusão da história é, então, que precisamos sentir falta de alguma coisa para seguirmos nossa busca e aproveitando o caminho, olhando mais para os lados, observando mais a nossa volta. Nessa perspectiva, está tudo bem se sentir carente de alguma coisa. A incompletude faz parte da caminhada.

O que poucos ficaram sabendo é que este livro possui uma continuação, escrita em 1981 e que se chama: “A parte que falta encontra o grande O”. Essa segunda parte da história simplesmente muda todo o sentido da primeira. Vamos aos bastidores: no primeiro livro, o autor, que na época havia perdido a esposa e a filha havia ido morar com uma tia, escreve sobre a parte que falta pensando na necessidade de continuar sua própria vida aceitando a incompletude já que naquele momento encontrava-se sozinho novamente depois de muito tempo. Passado alguns anos, ele encontra uma nova companheira e juntos geram um segundo filho. A partir daí, nasce a segunda versão da história:

Em “A parte que falta encontra o grande O”, o livro conta a história pela perspectiva da parte que tem o formato de uma pizza. Essa parte está à procura de uma parte maior em que ela possa se encaixar, até que um dia ela encontra um grande O. Esse grande O já está completo e não possui mais nenhuma parte que falta onde possa ser encaixada outra peça ali. Então a parte pergunta:

- Posso ser sua parte que falta?
E o grande O responde – mas eu não tenho mais parte que falta, eu sou completo.
- Que pena, eu esperava rolar com você.
- você não pode rolar comigo, mas talvez você possa rolar consigo mesma.
- Mas eu não tenho o formato para rolar.
- Você pode se transformar.

Depois disso, a parte que falta contemplou e tentou rolar sozinha. No começo com muita dificuldade levantava e caia, até que suas bordas começaram a ficar arredondadas de tanto cair e levantar. E assim os dois começaram a ser vistos rolando um ao lado do outro. A conclusão do segundo livro é “Quando nossa vida não tem um sentido abrimos um espaço para a carência e uma busca incessante pela parte que falta, mas quando o seu sentido de vida é percebido, o amor passa a ser uma forma de compartilhar daquilo que se tem.”

Nessa nova perspectiva, podemos olhar a vida por outro ângulo e entender que a ideia de falta e incompletude pode ser uma crença limitante que impede o acesso à nossa felicidade. Muitas pessoas acreditam que não há possibilidade de ser feliz nesta vida e que estamos aqui para sofrer. Esse jeito de olhar para as situações muitas vezes nos fazem continuar buscando melhorias, mas em outras nos fazem achar que nunca seremos felizes. Na segunda parte da história, percebemos que se encontrarmos um modo de sermos felizes com nós mesmos, poderemos nos sentir completos e “rolarmos” na vida e nos caminhos com outras companhias. Afinal, a vida é dura, mas não precisa ser assim o tempo todo, certo?

O primeiro livro que nos traz a importância da incompletude é, portanto, arrebatado pela mensagem de que é possível se sentir completo sozinho, mostrando que a felicidade que procuramos fora pode estar dentro da gente. Se você não assistiu o vídeo, confira abaixo.

Texto: Elô da Rosa