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Na hora da Prova: 5 Dicas para Escrever uma Boa Redação

“Escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as ideias”, garantiu o escritor chileno Pablo Neruda. De fato, escrever não parece tão difícil quando Neruda nos orienta dessa forma... Mas, cá entre nós, escrever é, sim, desafiador quando nos deparamos com os editais e critérios de correção dos concursos e vestibulares, hoje tão disputados.

A fim de auxiliar você nesse processo de escrever bem, aqui estão algumas dicas para a construção de uma boa redação:

1 - Leitura e escrita de mãos dadas

Leitura e escrita de mãos dadas.

É chover no molhado? É! Mas não podemos deixar de lembrar que ler sempre foi e sempre será o caminho mais acertado no desenvolvimento da boa escrita. A leitura, além de nos possibilitar conhecimentos que montam o nosso repertório intelectual e compõem a nossa bagagem cultural, estreita a nossa relação de familiaridade com as palavras, o que nos auxilia significativamente na hora de fazermos escolhas vocabulares.

Paralelamente ao hábito de ler, a prática da escrita, ou seja, o treino, é o que nos leva à real habilidade. Quanto mais escrevemos, mais íntimos dessa capacidade ficamos e, consequentemente, mais perto da perfeição – a redação nota máxima – chegamos; sem falar na gestão do tempo, que fica muito mais facilitada.

Portanto, leitura e prática da escrita caminham juntinhas, de mãos dadas rumo ao “notão”!

2 - É tudo uma questão de interpretação

Para elaborarmos um bom texto, é necessário também que estejamos atentos ao que a proposta nos inclina quanto a tema e gênero textual.

Nos concursos e vestibulares do Brasil, especialmente os da região Sul, as temáticas se voltam para a atualidade, podendo advir das esferas política, econômica, ambiental, social... Com relação ao gênero textual, a dissertação-argumentativa costuma ser unânime, a qual preza pela formalidade (distanciamento do discurso oral) e impessoalidade (não pode usar “eu”, nem “nós”, por exemplo).

Desse modo, é fundamental que interpretemos a proposta integralmente: a partir das leituras dos textos motivadores e do comando em si. Um erro de interpretação da proposta pode nos desviar do tema ou do gênero em questão e, aí, “foi-se o boi com a corda”: é zero na redação. Não precisamos correr esse risco, né?

3 - Opinião e recursos argumentativos para convencer

Nos textos de caráter argumentativo, como a dissertação-argumentativa, é essencial que façamos a construção de uma tese (que deve ser apresentada já no primeiro parágrafo) e busquemos argumentos para sustentá-la (o que dá conteúdo aos parágrafos de desenvolvimento, que podem ser dois ou três, dependendo do limite de linhas).

A tese nada mais é do que o que pensamos acerca do tema proposto, isto é, a nossa opinião sobre o tema – que é expressada com adjetivos –, e é ela quem norteia todo o texto, uma vez que os argumentos e as estratégias argumentativas objetivam comprová-la, defendê-la.

Na elaboração de uma boa argumentação, com o intuito de persuadir o leitor, nós precisamos ancorar a tese em fatos (históricos, notícias, documentários...), exemplos (cotidianos), dados (estatísticos ou não) e/ou ilustrações (filmes, livros, músicas...) que a validem. Nesse momento, as fontes, ou seja, os veículos informativos que nos fornecem essas informações, também precisam ser apontadas.

Quanto mais escrevemos, mais íntimos dessa capacidade ficamos.

4 - “Pontes” são necessárias no engajamento de ideias

Alguns dos problemas mais comuns na redação é a falta de clareza e a desorganização do raciocínio lógico, ou seja, os problemas de coerência e coesão.

No texto dissertativo, a escrita clara e a fluidez precisam acontecer, e para isso, podemos contar com a ajuda dos conectivos/conectores, responsáveis por estabelecer as relações de sentido entre uma frase e outra, um parágrafo e outro. Eles são como “pontes”, já que fazem essa ligação entre as afirmações e, para empregá-los adequadamente, precisamos conhecer as suas funções semânticas (os seus significados).

Pesquise! E lembre-se: às vezes, o que está claro para você em ideias não necessariamente fica claro na hora de pôr no papel. Que tal, então, mostrar os seus textos para pessoas próximas a você, a fim de que verifiquem se o que você escreve, da maneira como escreve, soa coerente e fluido?

5 - Intervenções já!

Em alguns concursos, como o ENEM, existe um critério de avaliação que se refere às intervenções na problemática apresentada como proposta de redação. Por exemplo, se o tema proposto se constitui de um problema social, como preconceito, violência, corrupção, entre outros, é necessário sugerirmos soluções, as quais devem explicar o que deveria ser feito, como deveria ser feito e quem deveria fazer.

Aqui, é importante que sejamos criativos, mas não utópicos; que apresentemos propostas interventivas inovadoras e realizáveis. Geralmente, esse momento se dá no parágrafo de conclusão, que é o último do texto e origina o tão temido título. Este, por sua vez, deve ser convidativo e sugestivo.

Poxa, Neruda...

Construir um texto que alcance o leitor/corretor por meio da estrutura e da linguagem adequadas, bem como de uma tese bem elaborada e de argumentos sólidos, demanda planejamento e, de novo, dedicação à leitura e prática da escrita. É trabalhoso! Mas não podemos negar: a oportunidade que a escrita oferece é inigualável. Toda vez que nós escrevemos o que pensamos, um pedacinho de quem somos fica visível aos olhos de quem lê. Isso é bem bonito, não?

Finalmente, escrever é como tecer uma colcha de retalhos, em que buscamos organizar afirmações e informações que, juntas, formam um todo que encanta quem está do lado de lá.

Texto: Indianara Machado